ATA DA QUINTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 28-4-2011.

 


Aos vinte e oito dias do mês de abril do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e cinquenta e nove minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Dr. Raul Torelly, Elói Guimarães, Fernanda Melchionna, Luciano Marcantônio, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Luiz Braz, Nilo Santos, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Carlos Todeschini, pela oposição, Elói Guimarães e Adeli Sell e a vereadora Fernanda Melchionna. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Dr. Raul Torelly, Elói Guimarães, Reginaldo Pujol, Adeli Sell e Nilo Santos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Dr. Thiago Duarte e Reginaldo Pujol. Na oportunidade, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Elias Vidal, solicitando Licença Para Tratamento de Saúde no dia vinte e cinco de abril do corrente. Em GRANDE EXPEDIENTE pronunciou-se o vereador Nelcir Tessaro. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/11 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 035/11, este discutido pelo vereador Adeli Sell; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 016/11, discutido pelos vereadores Adeli Sell e Nelcir Tessaro. Durante a Sessão, o vereador Reginaldo Pujol manifestou-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e vinte e oito minutos, nada mais havendo a tratar, a senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e secretariados pelo vereador Toni Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Havendo quórum, estão abertos os trabalhos da 5ª Sessão Extraordinária.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós temos que ser autocríticos em relação a esta Sessão de quinta-feira, porque é uma Sessão feita para realizar os grandes debates políticos, Ver. Airto Ferronato, e nós não podemos, neste horário, às 16h, usar dessas manobras para esvaziar a Sessão e impedir os debates.

Venho aqui, pela Bancada de oposição, expressar a nossa indignação em relação aos atos que levaram o Ministério Público a realizar denúncia por suposta fraude no Banrisul. Isso foi publicizado no dia de ontem, na imprensa, vejam aqui a manchete que está em destaque (Mostra jornal.). Foi um fato muito grave, gravíssimo, que aconteceu no ano passado, e nós temos a notícia de que o Ministério Público denunciou 25 pessoas por suspeita de envolvimento em um esquema de superfaturamento de ações de marketing do Banrisul, investigado na Operação Mercari. A denúncia, com 375 folhas, foi encaminhada, na segunda-feira, para a Justiça, e está sendo analisada na 6ª Vara Criminal do Fórum Central. Os denunciados foram enquadrados em crimes como formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e corrupção passiva. A apuração vinha sendo feita por uma força-tarefa do Ministério Público, da Polícia Federal e do Tribunal de Contas do Estado. A investigação teve início em 2009, e, em setembro do ano passado, na Operação Mercari, chegaram a ser presas, em flagrante, três pessoas. Então, isso é muito significativo. O cálculo inicial é de que teria havido um prejuízo de em torno de dez milhões de reais aos cofres públicos. Todos lembram desses episódios acontecidos no ano passado, com os seus desfechos, mas há todas as questões envolvendo setores do Governo, em especial os setores vinculados ao PMDB do Governo passado, aqui no Estado, que estavam envolvidos nesse esquema, Ver. Pedro Ruas. O senhor que foi candidato, e não só como candidato, mas como Parlamentar desta Casa, foi incansável no combate, na denúncia, no enfrentamento desses agentes que são os verdadeiros larápios que dilapidam os recursos, as finanças públicas, e se instalam nos centros de poder, no núcleo das empresas, levando à ruína, ao sucateamento, à corrupção. E depois sempre dizem que o serviço público não funciona, que tem que vender, e aí, Verª Fernanda, imputam sempre a responsabilidade aos funcionários, aos trabalhadores, que são os que têm que pagar essas contas.

Temos que saudar aqui o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público, do Tribunal de Contas, do Ministério Público Estadual, e de todos os agentes também da Polícia Civil, que têm se envolvido, de forma determinada, no combate à corrupção. Tivemos a notícia de que algo parecido aconteceu com os ex-administradores do DMLU, na semana passada, que estão agora denunciados pelo Ministério Público, por crime de improbidade, e também são intimados a devolver o dinheiro que foi gasto irregularmente naquela licitação do lixo. Isso tudo faz parte de um todo, do mesmo grupo político que dominou, que hegemonizou, que comandou a política e as instituições do Estado por tempos, nos últimos oito anos. Por isso, saudamos as instituições, e desejamos que esse trabalho vá até o fim, e que se tenha um combate implacável à corrupção, porque temos certeza de que a impunidade acabou no Brasil. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, sobre a questão da legalidade e a questão da legitimidade: a boa legalidade é aquela que tem legitimidade. Eu entendo que a verificação de quórum é uma manobra de Plenário defensável, perfeitamente defensável diante de situações. Esta é uma Casa democrática, uma Casa política, mas tem que ter legitimidade. Nós somos uma Casa de falas, Ver. Pedro Ruas, é a Casa do debate, é a Casa onde se tenta produzir algumas ideias, onde se defende pontos de vista. Até porque, se nós bem examinarmos o espaço que a Constituição reservou ao Legislativo, tanto Nacional, Regional como Municipal, veremos que ele é muito pequeno. A capacidade legiferante, Ver. Toni Proença, ficou muito reduzida, porque nos é tirada a possibilidade de criar despesa. Quando não podemos criar a despesa pública, fica difícil legislar.

E o que nós muitas vezes observamos nos legisladores, principalmente nos legisladores municipais? É uma angústia profunda. Uma angústia profunda de querer legislar para a Cidade e não poder. É comum nos defrontarmos com as mais - vamos dizer assim - desastrosas propostas que não se sustentam perante a respeitabilidade mínima do Executivo.

Eu vinha tratando e debatendo a questão do planejamento e dizia, com alguma experiência, que a Cidade abraçou o Aeroporto Salgado Filho, Ver. Reginaldo Pujol, pois ele vem da década de 1930; antes de 1940 já se iniciavam as obras do Aeroporto Salgado Filho. E hoje nós vivemos uma insegurança jurídica muito grande pelo descompasso entre as instituições nacionais, regionais e municipais no que respeita à regulação dos espaços. Dizia eu - e me referia a isso na fala anterior - ao Governador Antônio Britto, quando se colocava a pedra fundamental da estação de passageiros do Aeroporto Salgado Filho, que as esperanças se foram naquele momento. Ele me perguntou: por que se estamos inaugurando, se vamos fazer aqui um belo aeroporto? - como efetivamente é, uma bela estação de passageiros. Só que nós tínhamos feito, ao longo do tempo, uma campanha para retirar - vejam bem! - o Aeroporto Salgado Filho de onde se encontra, porque estava “intrusado” na Cidade. Claro, veio antes da Cidade, mas é uma realidade. Hoje, com as áreas de risco do Aeroporto, a chamada área de som, frente à legislação internacional, nós vamos ter consequências muito sérias - muito sérias -, porque, em face da ampliação, se ampliará, em consequência, a área de risco do Aeroporto Internacional Salgado Filho, incidindo sobre a área urbana, devidamente autorizadas, as suas construções que vão se tornar incompatíveis. Agradeço, Presidente, e encerro a minha fala. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Excelência, ocorre o seguinte: hoje, às 14 horas, não houve possibilidade da abertura dos trabalhos em função de que não se tinha quórum naquele momento. Simultaneamente - e V. Exª é nossa testemunha -, nós recebíamos aqui, como decorrência dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito, uma autoridade da área judiciária que já iniciava a sua conversação no Salão Nobre da Presidência. Por isso, permaneci lá até mais ou menos 15h30min - V. Exª inclusive, ao final da reunião esteve conosco. Vim ao plenário mais tarde e não me apercebi da necessidade de fazer um segundo registro; agora, quando vim para registrar, a Sessão já tinha terminado por falta de quórum. O Ver. Braz está encaminhando à Presidência um relatório a respeito das pessoas que se encontravam na Casa naquele momento, e eu quero fazer este devido registro para que conste nos Anais que não somos faltosos; nós estávamos trabalhando em lugar diferente.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Reginaldo Pujol, a lista que o Ver. Luiz Braz nos encaminhará, garantirá a sua presença, porque eu sou testemunha de que V. Exª e outros Vereadores - o Ver. Mauro, a Verª Fernanda, o Ver. Airto -, encontravam-se em reunião no Salão Nobre. Por isso, mais um motivo da inadequação do pedido de verificação de quórum, porque nós tínhamos os Vereadores trabalhando aqui ao lado.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidente Sofia, eu acho que o nosso caríssimo Elói Guimarães, douto jurista, já colocou bem o tema da legalidade, com base no sentimento, na intimidade e da legitimidade do pedido. E, de fato, hoje é o dia dos grandes debates aqui, e a Cidade espera que a gente debata, porque aqui estão as pessoas que representam o Governo, de um lado, as pessoas da oposição, e muitos temas são convergentes.

O tema que eu vou colocar hoje é um tema que Vereadores da base do Governo me acompanharam num grande debate, entre eles o Pujol e o Luiz Braz, na Comissão de Constituição e Justiça, que é a demora inaceitável, incompreensível, da licitação para o mobiliário urbano. Eu sei que há outros Vereadores aqui que têm interesse nesse tema, estudam esse tema, porque isso significa facilidade para o cidadão, significa inclusão. Imaginem, senhoras e senhores, há mais de cinco anos estamos sem licitação para parada de ônibus! Há lugares em que nem paradas existem mais. Aqui na frente da Câmara, Ver. Elói, Ver. Pujol, havia uma publicidade, Ver. Nilo Santos, que dava luz, iluminava a parada; terminou a licitação, a parada está às escuras, não foi mais pintada.

Nós temos que fazer o que toda cidade moderna faz. Nós, o Ferronato, Adeli e Valter Nagelstein, fomos, pela Câmara, no ano passado, a Rosário, na Argentina, e de lá trouxemos as fotografias das paradas de ônibus: eram limpas, com banco, iluminadas, sem pichação, sem colagem. Portanto, é possível, como a gente vê em tantas e tantas outras cidades pelo mundo afora. Não precisa viajar, viaja pela Internet, não tem custo, não tem perigo de o avião cair, e a gente aprende muito dos outros lugares sobre o que temos que aprender. Não aceito, não concordo que não se decida essa questão, porque na gestão do Prefeito Fogaça isso estava com o Magalhães - não saía, porque não saía, idas e vindas. Está com a Gestão: fui lá conversei com os técnicos, fui lá e conversei com o Secretário, conversamos com o Prefeito, ele disse que a equipe estava mudando; a equipe nova veio aqui e nos deu o prazo de um mês. Gente, nós já estamos em abril para maio, já estamos iniciando maio, e não tem licitação, nem o Projeto de Lei proposto pelo Braz e pelo Adeli, aprovado por todos os senhores e senhoras, por unanimidade, sobre as bancas de chaveiros, não está sendo encaminhado - alguém sentou em cima! É Lei! Ou se respeita esta Câmara ou não precisa de Câmara! É Lei, nós aprovamos! É para fazer a modificação das bancas de chaveiros que são feias, inadequadas, não servem mais para Porto Alegre. Tem Lei, e colocam-se, inclusive, dificuldades para as bancas de jornal; hoje há bancas modernas, inclusive com tinta antipichação, são lavadas de trinta em trinta dias, novas. Mas há dificuldade de colocar uma banca nova, porque tem a burocracia da Prefeitura que não faz. Quais os interesses que estão por trás disso?

Em São Paulo, nós sabemos que o Kassab fez uma guerra contra os outdoors, que de fato eram uma loucura, mas tinha o interesse claro de colocar duas multinacionais para colocar o mobiliário urbano novo. Mas aqui nós temos uma Lei Municipal que ajuda os empreendedores locais, nós temos seis, sete pequenas empresas, de médio porte, que sustentam e podem sustentar o mobiliário urbano de Porto Alegre. Portanto, temos de fazer essa modernização. A Trensurb hoje ganha uma fábula de dinheiro, porque fez a plotagem dos seus trens, que deixou colocar backlights e frontlights ao longo do trilho. Porto Alegre não tem parada de ônibus, estão caindo, porque a Prefeitura não tem vontade política. Mobiliário urbano já! Limpeza, estética, Cidade bonita para receber a Copa do Mundo, para receber os seus visitantes e ficar de bem com o povo da sua Cidade! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores, o que nos traz hoje à tribuna, em Liderança do PSOL, é de fato esse verdadeiro escândalo que o Ministério Público comprova, nesta semana, sobre as fraudes imputadas ao Banrisul. Eu queria pegar dois aspectos, Ver. Pedro Ruas. Primeiro, como militante do Partido Socialismo e Liberdade, que, em 2009, investigou as bandalheiras e a corrupção do Governo Yeda Crusius: a questão da compra da casa da Governadora, sobretudo a questão do desvio do Detran e as denúncias que foram feitas, à época, sobre o superfaturamento das contas de marketing do Banrisul. Mais uma vez, a investigação séria do Ministério Público Federal comprova aquilo que V. Exª, Ver. Pedro Ruas, junto com a nossa Deputada Federal Luciana Genro, com o nosso Presidente Estadual, Roberto Robaina, trouxeram a público, para a sociedade gaúcha, para não deixar passar barato o verdadeiro esquema de corrupção que estava posto no Palácio Piratini, nos órgãos estatais, fruto do loteamento dos órgãos públicos e de esquemas dos partidos políticos da base daquele Governo para desviar o dinheiro do povo gaúcho.

O segundo pronunciamento que eu gostaria de fazer é como bancária do Banrisul, justamente o banco que deveria ser o banco de todos os gaúchos, que deveria ser uma forma de fomento de crédito popular para os nossos trabalhadores, com baixas taxas de juros, que foi lesado por 25 pessoas que faziam o superfaturamento das ações de marketing do Banrisul. Elas estão sendo indiciadas por formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, corrupção passiva, Ver. Pedro Ruas. Elas lesaram em mais de dez milhões de reais os cofres do Rio Grande do Sul, sobretudo do Banrisul. E, além de toda essa maracutaia, de 30% de superfaturamento das agências de publicidade - a DCS e a SLM, que inclusive tiveram dirigentes seus presos com milhões de reais nas suas casas -, nós temos a participação de pessoas vinculadas à Superintendência de Marketing do Banrisul. Não foi divulgado pelo Ministério Público o nome dos 25 indiciados, mas temos a suspeita, ou pelo menos a indicação, na matéria que saiu hoje, da participação de figuras públicas do meio político que ajudaram no superfaturamento e, portanto, no desvio do dinheiro do povo rio-grandense.

O que mais choca neste caso, é que, além dos dez milhões de reais que foram desviados, e além de recair aos trabalhadores a pecha em relação ao Banrisul - e quero falar sobre isso no final do pronunciamento -, o verdadeiro esquema montado se perpetuou, de 2009 até recentemente, apesar das denúncias, apesar da investigação, apesar da prisão dos dirigentes, sem que houvesse o mínimo de transparência e punição àqueles envolvidos.

Também nos cabe debater a própria questão do funcionamento do Banrisul em relação às metas impossíveis que são impostas aos trabalhadores. Há um esquema de venda de serviço de crédito que faz com que a população, que recebe pelo Banrisul - professores, brigadianos - faça empréstimos com taxas de juros que poderiam ser muito menores, numa lógica de um banco que, de fato, atendesse aos interesses do povo gaúcho; e há uma imposição aos trabalhadores do banco de venda de serviços, muito difícil para aqueles que estão lá na ponta, lutando diariamente para o atendimento dessas metas impossíveis. É uma gestão, Ver. Pedro Ruas, quase empresarial daquilo que deveria ser um banco público. E esses mesmos que, como eu, bancária do Banrisul, constroem a riqueza do Banrisul, os trabalhadores que estão na ponta, que têm que fazer greve para ter um aumento salarial, pois sequer um aumento em relação à inflação ou uma valorização do salário do bancário nós vimos nos últimos anos, esses mesmos é que, em última análise, muitas vezes têm que responder na rua pelo desvio de dez milhões nas maracutaias, nos esquemas de loteamento da máquina pública.

Então, eu quero examinar juridicamente a possibilidade de pedir danos morais - não sou jurista, sou bibliotecária - para os trabalhadores do Banrisul, porque esses, sim, são os que respondem, em última análise, na rua, por estar com um botton e tal, enquanto esses larápios seguem soltos.

Felizmente, o Ministério Público fez um excelente trabalho, gostaríamos de parabenizá-lo, e dizer que lutaremos até o fim pela punição dos envolvidos, e, sobretudo, pela devolução dos dez milhões aos cofres do Banrisul e do povo gaúcho.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Presidente Sofia Cavedon, Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem, eu acredito que seja um momento cabível e importante para a gente falar sobre um assunto de relevância, que é a questão dos médicos do Sistema Único de Saúde. O que nós tivemos nas últimas semanas? Nós tivemos uma pesquisa nacional do IPEA, em que ficou cabalmente verificado que a população identifica a falta de médicos como sendo o pior problema do Sistema Único de Saúde. Nós temos que pensar muito sobre essa questão, porque isso bate direto no quê? Na falta efetiva de médicos? Ou na falta de interesse dos médicos em trabalhar no Sistema Público de Saúde? O que vem acontecendo desde a criação do nosso SUS, desde a lei do SUS, lá de 1990? Desde a Constituição de 1988? O que vem acontecendo é que nós criamos um grande plano de saúde nacional, universal, gratuito, ideologicamente maravilhoso e que todos defendemos, mas a sua gestão é extremamente complexa e o financiamento é insuficiente. Então, efetivamente, na prática, nós vemos que os médicos - nos quais eu me incluo, pois tenho mais de 30 anos de Saúde pública, entrei na Secretaria Estadual da Saúde através de um concurso público do Estado; houve colegas que entraram por concursos do Município, outros por concursos federais - todos trabalham, no caso, para um único patrão, que é o Sistema Único de Saúde, num grande plano, em que, na realidade, os patrões são toda a população. Precisamos, efetivamente, pensar com clareza na gestão do SUS, porque é diferente um plano de saúde em que há um conselho de administração, um conselho fiscal, uma direção executiva, quando as decisões são tomadas e são implementadas na sua totalidade. O SUS, pela sua forma de existir, tem gestão em cada Município deste País, nos nossos mais de 5.500 Municípios; ele tem gestão em cada Município do nosso Estado, que são 497 Municípios atualmente. Então, só aí, são milhares de gestores do SUS. Cada Estado da Federação também é gestor do SUS. A própria Federação, o Ministério da Saúde, a nossa Presidência da República, em última instância, é o grande gestor da Saúde deste País. Então, são milhares de gestores tentando construir uma Saúde digna para todos.

Nós sabemos que, infelizmente, quando se abraça muito, se aperta pouco. Então, o que acontece ao longo dos anos? Os médicos vêm sendo muito mal remunerados, vêm se aposentando, e os novos não estão querendo entrar no Sistema. Assim, o que ocorre: temos poucos médicos, poucos especialistas interessados em trabalhar no sistema público, temos atrasos nas consultas do SUS em todo o País, atraso em termos de tempo, nas próprias unidades para que as pessoas sejam atendidas; há superlotação de emergências...

Temos que pensar, de maneira muito forte e emergencial, em priorizar efetivamente a Saúde do nosso País. É nisso que estamos trabalhando, é nisso que estamos nos envolvendo. Saúde para todos! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidente, Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, há uma reforma que, a meu juízo, precede todas as reformas políticas, seja qual for o campo que se examinar, que é a Reforma Partidária, a chamada Reforma Política. Se nós analisarmos o panorama nacional, o panorama regional e local, vamos ver que nós não temos oposições eficazes. Vejam o que estou a afirmar: nós não possuímos oposições eficazes! Nós possuímos oposições, sim, mas eficazes, não. O que eu quero dizer, Srª Presidente, com oposições eficazes? Oposições eficazes são aquelas que detêm um número de votos e não aceitam - ou aceitam - os encaminhamentos do Executivo.

O que se dá hoje no Brasil? Governantes - Governadores, Prefeitos e Presidente da República - elegem-se e montam a sua base partidária, a sua base dentro do Parlamento, e ponto. Por um lado, em nome da fidelidade ao pacto, não é fácil discordar. Peguemos aqui como exemplo o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa. O Governador Tarso Genro tem a sua base. Todas as matérias que o Governador encaminha à Assembleia Legislativa passam, têm aprovação. E não se pode cobrar de quem aprova, porque quem aprova é porque o seu Partido fez uma aliança com o Governo. E onde é que fica a fidelidade? Vale para esta Casa, Presidente, vale para nós, aqui, como vale para o Congresso Nacional.

Então, nós temos que mudar o modelo. O modelo eleitoral brasileiro tem que ser mudado! Nós temos que terminar com o personalismo, com a individualidade! Os Partidos, hoje, no Brasil, com raríssimas exceções, não têm mais força. A força está no Parlamentar, ou nos Parlamentares. O Partido acompanha o acordo feito nas Assembleias, na Câmara Federal e nas Câmaras Municipais.

Então, precisamos de uma Reforma Política, de uma Reforma Eleitoral no sentido de despersonalizar o processo eleitoral. Nós temos que votar em bandeiras, nós temos que votar em programas, em plataformas. Não podemos continuar votando em individualidades, no candidato A, B, C ou D. Por isso, eu quero deixar isso claro aqui. Amanhã pela manhã, vamos ter um debate em Porto Alegre, com a Senadora da República Ana Amélia. Nós, os Vereadores, enfim, os Partidos, nós temos que fazer esse debate. Nós não podemos continuar com o personalismo, que fez com que os Parlamentos se transformassem em homologadores das decisões do Executivo. Vamos pegar rapidamente como exemplo a nossa Casa. O PDT foi Governo aqui, não tinha maioria na Casa e governou; o Partido dos Trabalhadores foi Governo durante 16 anos, Ver. Pujol, e governou a Cidade; o Villela, etc. e tal. Então, nós temos que provocar as mudanças, porque como está não é mais possível. Então, fica aqui a nossa manifestação. Eu acho que é importante o encontro de amanhã, e nós vamos ter que debater, para mudar o modelo.

Há a questão do financiamento das campanhas. Qual é a acusação mais forte que se faz hoje ao homem público? Corrupção, corrupção de todos os Partidos, vejam bem, ou de quase todos os Partidos! Os Partidos que passaram pelos Governos estão acusados de corrupção; e os que virão, isso eu não sei.

Então, nós precisamos reformatar, reformular, reestruturar a vida partidária brasileira. Nós precisamos eleger bandeiras, nós precisamos eleger programas, plataformas. Enfim, temos que eleger questões que interessem à população, e não à individualidade do Parlamentar, por melhor intenção que ele possa ter.

Então, é necessária uma reforma em que se retire essa individualidade de hoje, e nós sabemos que quem se elege neste País - olha, há exceções, vamos deixar claro isso; há exceções - são aqueles que têm um carro-forte de dinheiro, é isso que está, infelizmente, acontecendo em nosso País. Então, nós temos de arrancar isso da relação, e fazer com que se elejam partidos, ideias e plataformas. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Verª Sofia Cavedon; ilustres Vereadores, na terça-feira, visitamos, com a Comissão de Saúde, toda a obra do Programa Socioambiental em Porto Alegre. E este capacete (coloca o capacete) é uma homenagem que eu presto ao DMAE pelo que nós acabamos vendo nas obras do Socioambiental. Visitamos a Ponta da Cadeia, na Usina do Gasômetro; visitamos, depois, a região do extinto Estaleiro Só, em frente ao Museu Iberê Camargo; fomos na orla do Guaíba, no Cristal; e findamos na Ponta Grossa, na Serraria, na ETE - Estação de Tratamento de Esgoto. Eu quero dizer que todas as obras estão em andamento.

E o que mais impressiona nessa época de Copa do Mundo, em que muitas coisas acabam - por toda a Nação - fora do prazo, é que todas as obras estão dentro do prazo. Mais de 60% do Programa Socioambiental já está executado. Para o telespectador que nos assiste saber, Porto Alegre, hoje, tem 21% do esgoto cloacal tratado, com o Programa Socioambiental vai passar para 80%. Nós vamos ter reflexos muito fortes no que se refere, principalmente, à Saúde e ao Meio Ambiente, fazendo com que, provavelmente - claro, que isso vai depender dos demais afluentes do Guaíba -, ao final do Programa Socioambiental, em outubro do ano que vem, nós possamos ter balneabilidade, por exemplo, na região onde eu moro, em Ipanema. Pode ser que isso, inclusive, extravase a região de Ipanema, mas certamente ali nós teremos.

Pudemos observar as montagens das tubulações ali perto do Museu Iberê Camargo, que serão submersas e que acabarão levando o esgoto até a ETE - Estação de Tratamento de Esgoto, na Serraria. Por dentro do lago Guaíba, através de escavações, nós teremos uma tubulação que levará até a ETE, da Serraria, que vai tratar 4,1 mil litros, por segundo, de esgoto.

Para que as pessoas tenham uma ideia, hoje nós temos 250 litros, por segundo, de tratamento na Estação de Ipanema. E a ETE, que é, sem dúvida nenhuma, uma das mais modernas estações de tratamento de esgoto, vai possibilitar que se trate 4,1 mil litros, por segundo. Com isso, será possível fazer o tratamento do Tamandaré, do Dilúvio, da Cavalhada, do arroio Capivara e do arroio do Salso. Então, sem dúvida nenhuma, o DMAE está de parabéns nesse processo.

E, ao final dessa visita completa, tivemos acesso à exposição do Secretário Presser sobre um Projeto que existe na Câmara de Vereadores, que possibilite, realmente, manter esses servidores no DMAE, qualificando, ainda mais, o quadro de servidores. É preciso que possamos olhar com clareza e com cuidado esse processo para que, realmente, a Prefeitura Municipal continue tendo profissionais cada vez mais capacitados.

No tempo que me resta, quero falar da reunião extraordinária que tivemos hoje pela manhã, com o Ver. Mario Manfro, junto à Secretaria da Saúde, abordando a questão odontológica. Tivemos, nessa reunião, gratas surpresas: vamos ter mais 29 profissionais, assistentes de gabinete odontológico, nomeados nos próximos dias; mais quatro técnicos de higiene dental, e, sem dúvida nenhuma, com o IMESF, vamos passar para 60 equipes de Saúde da Família com atendimento odontológico. Realmente, esses avanços não podem ser desconsiderados. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a Verª Fernanda Melchionna esteve aqui na tribuna focando um assunto que eu entendo relevante e sobre o qual eu tenho que me manifestar. É a notícia hoje inserida em todos os jornais da Capital e que especialmente o jornal Correio do Povo, na sua página política, reproduz com dois títulos: “Banrisul: Justiça pode liberar processo” e “Banco rompe com agências suspeitas”. Remete a um assunto que, já desde o ano passado, é do conhecimento público, que são as suspeitas de que, através da Superintendência de Marketing do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, se tenha processado negócios fraudulentos, escusos, que comprometem inclusive a própria imagem do Banrisul.

O que releva acentuar neste momento, depois dos comentários da Verª Fernanda Melchionna, são fundamentalmente dois, a meu juízo. Um deles, e a própria notícia diz que não há confirmação de que os quatro que chegaram a ser presos inicialmente, relacionados ao esquema, foram afastados, e que o Banco está buscando, com a Assessoria Jurídica, o ressarcimento. E ainda seguem pendentes de esclarecimentos detalhes como o valor da fraude - estimada em R$ 10 milhões -, e aqui, Ver. Elói Guimarães, o mais importante: se há políticos envolvidos.

Então, nós vivemos numa situação, Ver. Ruas, em que, a pretexto do segredo de Justiça, que acho ser um instituto válido, filtram algumas notícias, e fica no ar. São políticos que eventualmente estão envolvidos. Eu tenho o dever de acentuar um aspecto: a manipulação da verba publicitária do Banco do Estado do Rio Grande do Sul com as agências de publicidade foi um dos motivos pelos quais o ex-Vice-Governador do Estado, Paulo Afonso Feijó, rompeu com a Governadora Yeda Crusius, e que, na ocasião, o Feijó foi fortemente criticado e acusado inclusive de causar cizânia e de acusar sem comprovantes, sem provas necessárias. Lamentavelmente, Ver. Pedro Ruas, o tempo tem-se encarregado de mostrar que as acusações do ex-Vice-Governador Paulo Afonso Feijó, a cada tempo, venham-se comprovando na sua inteireza.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero cumprimentar V. Exª pelo pronunciamento. Acho também que é importante saber quem são essas pessoas, esses 25 nomes. E V. Exª faz justiça da tribuna; o ex-Vice-Governador Paulo Feijó é um homem sério, é um republicano, é um homem honesto, e lutou muito com relação a essas denúncias para mostrar que tinha razão, e o tempo está lhe dando, cada vez mais, a razão que já deveria ter recebido na época das denúncias que fez. Parabéns a V. Exª pela intervenção.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exª Acho que nós devemos fazer uma frente, no sentido de que o Tribunal de Contas, por meio da sua Procuradoria, o Ministério Público, e a própria Justiça, que sentenciou, esclareça. Fica no ar: há ou não há políticos envolvidos? Ora, nós sabemos que o desgaste da classe política é muito grande. Eu acho que, nesta hora, nós precisamos identificar, com clareza, a existência ou não de políticos envolvidos.

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Solicito que V. Exª me conceda o tempo de Liderança, para que eu prossiga na tribuna.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Reginaldo Pujol continua a sua manifestação, a partir deste momento, para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Então, Ver. Ruas, é preciso que isso esteja bem claro, porque políticos somos todos nós; V. Exª é um político, eu sou um político. Há pouco, o Vereador e Presidente do Partido Trabalhista Brasileiro dizia da tribuna que todos os Partidos que foram Governo, nos últimos tempos, têm culpa no cartório. Isso é uma forma de me absolver, porque eu me esqueci da época em que fui Governo, e V. Exª também fica absolvido, porque não conseguiu ser Governo até agora. Às vezes, alguns insucessos eleitorais que a minha grei política tem sofrido, são compensados pelo fato de retirar de nós a sobrecarga, num momento muito negativo da vida política brasileira, pois há, de certa forma, um clima de aceitação com as coisas que acontecem em termos de corrupção neste País. Acho que é natural. Lembro que, no ano passado, quando eu falava a respeito de problemas na área do Governo Federal, amigos meus, do melhor quilate, diziam que estava tudo bem, que havia problemas, mas o País estava crescendo, estava se desenvolvendo. E, neste ano, está vindo a reversão, e a situação é outra.

Então, Ver. Elói, V. Exª que enfatizou, inclusive, um belíssimo discurso a respeito da Reforma Partidária, colocando uma série de situações que eu posso subscrever junto com V. Exª sobre essa pretensão de cuidar, de impedir a corrupção, que é uma verdadeira obsessão, vão fazer o financiamento público, e acham que com isso vão resolver alguma coisa? Aí que vai ficar mais grave ainda, Vereador, porque vão ter altos recursos públicos, colocados à disposição, e mais os recursos que são aqueles vinculados aos recursos financeiros, às grandes empreiteiras, etc., que vem ocorrendo neste País ao longo dos tempos. E as grandes empreiteiras, os grupos financeiros, etc., não precisam nem ser cooptados; eles, naturalmente, apresentam-se para quem encontra-se com o Poder momentaneamente e com isso eles têm convivido com a maior eficácia e com os melhores resultados, mas com resultados negativos para a Nação. Agora, quando a gente vê a inflação começar a recrudescer, de forma muito perigosa, eu me lembro de alguns alertamentos que nós fazíamos no passado, a respeito daquele ufanismo exagerado do então Presidente da República, que dizia todo o tempo: “Não, o Brasil está fora de tudo isso. Essa crise mundial, para nós, não existe, para nós é uma marolinha que a gente tira de letra”. Não é o que está acontecendo!

Por isso, Presidente, neste fim de tarde, nesta Sessão Extraordinária que a circunstância gerou, eu reafirmo, primeiro, o meu aplauso ao pronunciamento da Verª Fernanda Melchionna; e, segundo, o meu apelo no sentido de sejam efetivamente, já que agora há uma manifestação da Justiça Pública do Estado, identificados quem são esses 25 envolvidos nesse Processo, qual o tipo de infração por eles cometida, a partir da matriz inicial, que é o mau uso das verbas publicitárias, e com isso fique plenamente clareado quem usurpou das suas atribuições, quem se beneficiou em causa própria, quem deu prejuízo ao Banco do Rio Grande, quem prejudicou a sua imagem, e quem, em última análise, está hoje e agora, prejudicando a própria imagem dos políticos que sempre são, em face desse falso segredo de justiça, envolvidos voluntária ou involuntariamente. Que se dê “nome aos bois”, é o que quer este Vereador, que, neste momento, ocupa esta tribuna. Fico grato a V. Exª, Presidente. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Sofia Cavedon; Ver. Nilo, eu vou precisar da sua generosidade, já que V. Exª é o Líder do PTB, Partido da base do Governo, Partido altivo, e eu preciso da sua atenção, porque vou retomar o tema do mobiliário urbano. Eu quero cobrar, com todas as letras, como cobrei anteriormente. Veja, é o segundo discurso sobre o mesmo tema no mesmo dia. Chegou a hora, não dá mais para esperar. A Cidade está suja, a Cidade está cinza, a Cidade tem as suas paradas de ônibus quebradas, dilapidadas, detonadas. As senhoras e os senhores me dirão: “Mas a população, também, é brincadeira! Detonar um patrimônio público, isso é culpa do cidadão”. É claro que é culpa do cidadão! Mas já foi demonstrado em outros lugares... Mesmo que eu não concorde ideologicamente com o ex-Prefeito de Nova Iorque, ele tem a famosa teoria da janela quebrada. Ou seja, tem uma janelinha quebrada, Ver. Elói, o sujeito vai lá e se dá o direito de meter uma pedra na parte debaixo. Há alguns dias, depois de muita batalha aqui - e faço justiça ao Secretário da SMOV, o companheiro Cássio Trogildo -, nós tivemos a recuperação das luminárias na Praça da Matriz. E aí eu me pergunto: os guardas que ficam na frente no Palácio não veem o vandalismo à noite? A segurança privada que fica na frente do Teatro São Pedro, que é paga pelo Teatro São Pedro, não vê o vandalismo na Praça da Matriz? Pois, novamente, estamos às escuras em vários pontos. Ontem, já coloquei essa questão ao Secretário. Ontem, o meu assessor, uma liderança comunitária da Grande Cruzeiro, Michael Santos dos Santos, disse-me que o Projeto do Reluz está chegando na Grande Cruzeiro. Mas também, ontem, eu recebi vários telefonemas comunicando vandalismos, que levaram à escuridão outros pontos da Cidade, como é o caso do Parque da Redenção.

Então, esta é uma realidade, sim. Agora, se nós tivermos bancas de revistas com tinta antipichação, como já temos, se nós trocarmos todas aquelas amarelinhas, que parecem umas pilhas Rayovac, por essas bancas novas, nós teremos limpeza a cada 30 dias. Vamos trocar, porque a lei diz que tem que trocar; a Lei Adeli/Braz, feita por dois Vereadores, um tucano e um do PT, porque nós queremos o bem da Cidade. Nós queremos que se troquem as bancas de chaveiros por bancas novas, pagas pela publicidade que dê garantia, qualidade de vida para quem faz as chaves e faz o embelezamento da Cidade. Nós queremos a imediata licitação para todas as paradas de ônibus, todo o mobiliário urbano novo de Porto Alegre, que não precisa de dinheiro público. É só garantir uma licitação lisa, clara, cristalina, que a iniciativa privada, a publicidade generosamente pagará, porque a publicidade tem tudo a ganhar com essa questão. Não vamos fazer tabula rasa como foi feito em São Paulo; o exemplo Kassab não é bom. Nós temos que seguir o nosso caminho, Ver. Tessaro, e fazer uma licitação do mobiliário urbano, porque a Lei Municipal garante que as empresas locais podem se consorciar, disputar, ganhar sem medo das grandes multinacionais. Nós temos que valorizar a cor local, a empresa local, fazer essa licitação e fazer um embelezamento estético na cidade de Porto Alegre.

A cidade de Porto Alegre merecer ter, novamente, mais cor, mais vida, mais qualidade. Por isso que eu insisto, mais uma vez: nós queremos, nós exigimos, licitação do mobiliário urbano. Não podemos mais continuar com essa situação de degradação da cidade de Porto Alegre. Eu faço este pronunciamento hoje, pela segunda vez; vou continuar, comecei ontem essa campanha em todas as mídias possíveis que eu tenho como acessar, e vou fazer campanha pública de rua, de mobilização, com distribuição de folheto, para garantir um mobiliário urbano novo, atualizado, esteticamente defensável.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Adeli Sell, sugiro incluir no seu rol de consequências o tema das placas nas ruas, porque o Diretor Cappellari, de fato, informou que não tem como colocá-las, porque também está suspensa a produção em grande quantidade de placas, em função da licitação do mobiliário urbano, e que está colocando apenas as de ruas específicas, aprovadas agora pelos Vereadores. Este é um tema que preocupa, que tem um questionamento forte na Cidade, e que, de fato, também está preso por essa definição.

Apregoo a Licença para Tratamento de Saúde, no dia 25 de abril de 2011, do Ver. Elias Vidal, com atestado em anexo.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NILO SANTOS: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhores e senhoras, uma saudação especial também a todos os servidores que prestam assessoria, pois, com ou sem Vereadores e Vereadoras, os servidores estão sempre presentes, Ver. Alceu Brasinha.

Srª Presidente, quero aproveitar esta oportunidade para dizer que já estamos chegando a uma fase de conclusão da nossa Comissão Especial, que trata da questão das pessoas em situação de rua, Ver. Adeli Sell. Confesso que estou um pouco indignado, Srª Presidente, para não dizer que estou extremamente indignado. Infelizmente, estamos tendo dificuldade em conseguir quórum para a nossa Comissão. E quero informá-lo de que todas as nossas Reuniões, Ver. Brasinha, foram realizadas sem quórum, mas como o tema é de fundamental importância para a Cidade, nós temos feito a Reunião mesmo com a presença de apenas um Vereador.

Portanto, Srª Presidente, a partir deste momento, já quero comunicar que, caso algum Vereador que faça parte desta Comissão, se manifestar aqui nesta tribuna sobre o tema moradores de rua, Ver. Adeli Sell, eu vou me sentir constrangido em ouvir. Parece-me que aquele velho jargão “morador de rua não dá voto”, Srª Presidente, é o que está imperando.

O nosso compromisso, quando nós nos elegemos ou quando disputamos um pleito, é de nos tornarmos representantes, Ver. Toni Proença, de todos os cidadãos, seja ele da classe A, B ou C, ou daquele que mora debaixo de um viaduto ou das marquises da Cidade, pois são esses que necessitam de um atendimento melhor e maior por parte dos seus representantes.

Então, quero pedir, encarecidamente, Srª Presidente, que construamos, juntamente com a Diretoria Legislativa, uma válvula de escape, porque precisa ser preparado um Relatório. Nós temos tirado tantas opiniões de pessoas que moram nas ruas e de pessoas que têm seus filhos ou suas filhas abusadas ao chegar em casa, principalmente nos prédios do Centro da Cidade! As filhas saem da universidade, se deslocam até a sua casa, e quando vão entrar em casa, são abusadas pelos ditos moradores de rua, Ver. Elói Guimarães. Só que sabemos e conseguimos dividir isso em seis grupos: o dos foragidos e traficantes; dos pedintes; das gestantes; daqueles que não têm casa, não têm lar, se desvincularam de sua famílias e necessitam de um lar; o grupo dos drogaditos. Nós temos seis grupos dentro desse processo todo, cuja situação precisa ser debatida pelos Vereadores. Senhoras e senhores, precisamos encarar com seriedade, porque isso não é uma responsabilidade apenas do Poder Executivo, é também uma responsabilidade do Poder Legislativo. O Poder Legislativo precisa amadurecer. Eu não quero ser corregedor aqui, não sou corregedor, mas nós precisamos encarar esse assunto com maior seriedade, Ver. Tessaro, Ver. Elói Guimarães, Ver. Adeli Sell, Ver. Dr. Thiago, Ver. Dr. Raul, Ver. Toni Proença e Ver. Brasinha. Precisamos encarar esse tema com maior seriedade. É impossível dormirmos com tranquilidade sabendo que as pessoas estão dormindo debaixo das marquises! É impossível dormirmos com tranquilidade sabendo que bebês estão sendo gerados, João Hélbio, dentro do ventre de uma mãe usuária de crack e que vive transitando 24 horas pelas praças da Cidade. Nós temos que encarar esse tema com seriedade! Faço um apelo, Srª Presidente, para que construamos, juntamente com a Diretoria Legislativa, um escape para que essa Comissão consiga um pouco mais de tempo e para dar oportunidade aos Vereadores de participarem. Sei que nós pedimos mais 30 dias, que é o previsto, mas não podemos esgotar esse assunto sem a participação dos Vereadores, não temos como, Srª Presidente.

Faço um apelo aos Vereadores que não fazem parte da Comissão Especial que trata das pessoas em situação de rua: quarta-feira que vem, às 10 horas da manhã, são nossos convidados para participar, discutir o tema, e, juntamente, construirmos uma válvula de escape para resolver essa questão, oferecendo a essas pessoas que hoje estão na rua, vivendo nas ruas, mais dignidade. E aquelas pessoas que hoje infelizmente têm dificuldade para acessar os seus prédios por causa das pessoas que acampam nas suas portas, que também tenham mais dignidade. Elas pagam impostos e têm direito a entrar e sair da sua casa, assim como os que estão nas ruas tem o direito de ir e vir.

Então, fica aqui o meu apelo, senhoras e senhores: quarta-feira, às 10 horas, aqui na sala das comissões, mais uma reunião dessa Comissão Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Nilo, esse problema de haver várias reuniões ao mesmo tempo foi equacionado pelo nosso Diretor Legislativo, as reuniões estão todas na agenda única. O seu apelo está registrado.

Está encerrado o período de Comunicações.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente. O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, venho a esta tribuna para manifestar a minha preocupação com a realização dos nossos jogos da Copa do Mundo. Nós sabemos que a Copa do Mundo está definida e vai acontecer em Porto Alegre. Eu não acredito que alguém ainda tenha dúvidas de que a Copa do Mundo vá ser realizada! Mas a minha preocupação, Ver. Adeli Sell, são as condições em que essa Copa do Mundo vai acontecer não apenas em Porto Alegre, mas, sim, no Brasil.

Eu estive, há dez dias, acompanhando uma reunião, representando a Comissão Especial de Acompanhamento e Apoio à Copa do Mundo de 2014, da qual eu sou Vice-Presidente, com a comunidade Cruzeiro/Tronco. Fiquei surpreso quando me foi dito que os projetos para a construção de habitações para aquelas famílias serão concluídos ainda no mês de julho de 2011, Ver. Elói. Se os projetos serão apresentados na metade do ano de 2011 para a sua aprovação, pela nossa burocracia, calculo que até o mês de março ou abril de 2012 tenhamos a aprovação dos projetos. Mais um ano de construção, nós teremos, assim, lá no final de 2013, ou outubro de 2013, a retirada, Ver. Adeli Sell, daquelas famílias.

Portanto, temos que aprovar aqui e o Governo tem que nos apoiar, entregando também o bônus moradia para aquelas famílias, porque 1.700 habitações não se constroem assim tão facilmente, ainda mais numa região onde as famílias têm os seus comércios, sua vida social, colégio, enfim, não podem estar sendo transferidas para o outro lado da Cidade, até porque ficariam comprometidos os seus empregos. Então, nós temos que pensar também em utilizar parte em bônus moradia e parte em construção. Nos projetos que foram apresentados pelo Executivo, seriam em torno de mil a mil e duzentas unidades para se construir naquela região, isso se tiverem êxito na área do Exército, que também seria passada para o Município. A minha preocupação é que, se as habitações estiverem prontas no mês de outubro de 2013, quanto tempo mais se levará para abrir a avenida, fazer todo o saneamento e o asfaltamento? Mais um ano e meio! Então, lá em 2015, Ver. Dr. Raul, nós vamos ter o acesso, sim, pela Tronco, para o sul da nossa Cidade.

Nós temos que buscar outra alternativa, esse é um dos pontos. Nada disso vai impedir que aconteça o jogo, contando com a Av. Padre Cacique, onde está hoje localizado o Sport Club Internacional, porque a sua parte está andando muito bem, e o estádio estará pronto, quer dizer: o palco para a bola rolar vai estar pronto; mobilidade é o nosso problema.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Desde o início, quando discutimos aqui a possibilidade do bônus moradia para a região da Grande Cruzeiro, para as obras, V. Exª sempre foi um parceiro, e eu quero ver se, na semana que vem - o processo aparentemente está em diligência, há muito tempo, tempo demais -, esse processo vem para a Câmara, porque eu gostaria de contar com V. Exª, com a Bancada do PTB, para aprová-lo, porque nós ajudamos - V. Exª sabe, pois tem ido às reuniões, o quanto nós temos ajudado - a municipalidade a resolver essa questão.

Hoje falei pessoalmente com o Prefeito Fortunati e estou preocupado com a questão da moradia, porque mesmo o Exército colocando 250 espaços, mesmo tendo o bônus moradia, há questões ali que necessitam de financiamento da Caixa Federal. Então, acho que a atual gestão do DEMHAB deveria vir aqui dar explicações. Obrigado.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado, Ver. Adeli Sell, por sua contribuição. Também quero dizer que hoje, naquela região, há muitas habitações cujo valor ultrapassa os 45 mil; deve ser feita uma avaliação em todas as habitações, pois aquelas famílias dedicaram toda a sua vida, seu suor, para adquirir a sua casa própria, e não é justo, agora, que nós, pelo evento da Copa, apressemos a situação, e deixemos aquelas famílias sem o seu único bem, o seu patrimônio, ou reduzir o seu patrimônio, com o que eu não concordo. Esse é um dos pontos em Porto Alegre.

Eu vou falar um pouco do transporte. Eu vi que vários Vereadores debateram sobre os nossos aeroportos, os nossos terminais tanto de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, que são os principais. Eu estive viajando, conhecendo e visitando aeroportos, e a gente se sente um pouco envergonhado dos nossos aeroportos brasileiros. Se nós olharmos um aeroporto da China, em Xangai, o de Dubai, um aeroporto quatro vezes maior do que o de São Paulo, se olharmos o aeroporto Leonardo Da Vinci, de Roma - fantástico, que também dá quatro aeroportos de São Paulo -, então nós vamos pensar: como é que nós vamos receber tantos turistas com os nossos aeroportos?

Em Porto Alegre, por exemplo, se nós recebermos três voos numa fração de dez minutos, ninguém retira a bagagem. Ou ficam as pessoas ali dentro da sala, ou ficam as bagagens; ou então as pessoas ficam aguardando dentro do avião, até um retirar a sua bagagem, para depois descer o outro. Então, é impossível três voos, ou seja, seiscentas pessoas estar simultaneamente ali no saguão do Aeroporto Salgado Filho, na parte de bagagem, nos terminais, para retirar a sua bagagem.

Em São Paulo, para se fazer a passagem pelo raio X, demora-se no mínimo 40 minutos para passar pelo zigue-zague, pelo afunilamento e pela falta de estrutura. Aquele que precisar fazer uma conexão, ele desembarca, pega as suas malas, e fica mais meia hora esperando pela conexão.

Então, eu vou fazer um grande apelo para a Copa do Mundo: que os brasileiros não voem, deixem de voar, para podermos disponibilizar aos turistas condições de usar os nossos aeroportos. Nós, os brasileiros, vamos abrir mão de voar durante trinta dias, e deixar o turista vir para o Brasil. Assim, nós vamos ter condições de receber 20 mil turistas em Porto Alegre, o que será um caos para receber, mas, enfim, vamos fazer isso.

 

O Sr. Dr. Raul Torelly: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Tessaro, obrigado pelo aparte. Esse assunto do Aeroporto é um assunto que nos motiva a todos. Eu acho importante dar uma sugestão a V. Exª e para a Presidência da Casa: já que nós estivemos em comissão, há alguns dias, falando com o Superintendente da Infraero, que tem o estágio atual de todos os processos e os projetos que envolvem o nosso Aeroporto, talvez possamos convidá-lo para vir à Casa, numa quinta-feira, para nós podermos dar uma divulgação ampla daquilo que nos foi falado lá, pois, na realidade, existem projetos muito grandiosos em andamento. Nós sabemos que as coisas públicas realmente andam muito mais lentamente do que nós gostaríamos.

Nós temos a ampliação do terminal, o que é importantíssimo; o aumento do número de vagas no estacionamento para o Aeroporto - hoje, no estacionamento, nós temos em torno de duas mil a duas mil e quinhentas vagas -, a previsão é que se chegue a 12.500 vagas. O aeromóvel vai ligar a parte do terminal do novo Aeroporto ao Trensurb, e o nosso Aeroporto tem hoje mais de cinco mil funcionários. Para se ter uma ideia, são mais de cinco mil funcionários que vão se beneficiar disso, independentemente dos viajantes, do vai e vem para o Centro. Acho que tudo isso talvez tivesse que ter uma clareza maior para todos nós, e talvez uma vinda dele aqui fosse muito importante para esclarecer a cidade como um todo.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado, Dr. Raul, pela contribuição. Quero dizer-lhe que em setembro eu estive na Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa, e lá manifestei a minha preocupação, quando inclusive discutimos as obras do edifício-garagem, que ficou acordado e comprometido pela Infraero que começaria no mês de março. Nós estamos em maio, e não começou, mas o prazo de execução foi bem claro quando foi dito: dois anos de prazo para a construção, e não iniciou! Então, se a obra não começou e se vai começar no segundo semestre, vai terminar após a Copa das Confederações somente o edifício-garagem.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nelcir Tessaro, acompanho o raciocínio de V. Exª e compartilho as suas preocupações. Eu não quero aqui fazer um vaticínio, não, mas eu diria o seguinte: se não buscarmos uma Parceria Público-Privada, pelo vulto dos investimentos, dificilmente vai-se conseguir pôr em prática os investimentos que são necessários, principalmente nessa área de infraestrutura aeroportuária.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Eu concordo com V. Exª, Ver. Elói, e tenho, desde ontem, publicado nas minhas redes sociais, a urgência na Parceria Público-Privada. Muitos dizem: “mas vamos privatizar?” Não, nós não vamos privatizar! Vamos executar, porque não tem solução. Não tem solução.

Vou falar um pouco mais no que tange à ampliação dos 1.200 metros da pista do Aeroporto Salgado Filho. A nossa Vila Dique apenas retirou um terço de suas famílias, e nós temos 800 famílias! A Vila Nazaré ainda tem 1.300 famílias para serem retiradas. Paralela à Av. Sertório e a pista do Aeroporto, nós temos a Vila Floresta, em que ainda restam cinco famílias cuja saída está sendo discutida na Justiça, porque eles têm prazo, até o final de julho, para sair, mas essas cinco famílias são inquilinos. Foi feita uma negociação com a Procuradoria-Geral do Estado, e esqueceram de ver que há pessoas morando naquelas casas! Indenizaram os proprietários dos imóveis, mas e os inquilinos? Quer dizer, vamos demolir e deixá-los na rua? Não negociaram, e eu acho que tem que ver e pensar nas vidas que estão lá, e que não podem, de um dia para outro, sair e buscar uma residência! Eu acho que o Estado tem que participar dessa conjuntura! Tem que vir o Estado, o Município, a Infraero, a União, buscar uma solução e tem que haver desburocratização. Porque da Vila Nazaré não saiu nenhuma família. Será que nós vamos esperar fazer todo o projeto com essa “burrocracia” que nós temos? E mais a execução, para depois ampliar?

Nós sabemos que uma pista para aviões tem que ser impermeabilizada, e, após concluída, precisa ficar no mínimo seis meses aguardando para ser utilizada. Eu estive junto com a então Ministra Dilma, com o Prefeito Fogaça, quando conseguimos a liberação das verbas para a ampliação das unidades habitacionais, e a ANAC disse e foi bem clara: “Não adianta estar pronta a pista do Aeroporto. Se houver famílias na cabeceira ou no entorno, a pista não pode ser operada”.

 

O Sr. Dr. Raul Torelly: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Tessaro, a questão dessas cinco famílias foi bem colocada pelo Superintendente, que estaria sendo resolvida agora, e, pelo que ele falou, já teria sido negociada com mais duzentas, se não me engano. E também há uma questão que é muito importante: quem é que vai fazer? É o Exército? É uma empresa licitada? Quem é que vai fazer a obra estrutural do avanço da pista?

 

O SR. NELCIR TESSARO: Veja bem, nós estamos em meados de 2011, a ainda não se sabe quem é que vai executar! Não se sabe quem vai executar, e estamos aí! O problema é bem claro: a Copa vai acontecer, e nós não podemos passar pelo vexame de não podermos receber e recepcionar os nossos turistas com dignidade. Nós não podemos colocar a imagem do Rio Grande do Sul nessas condições! Então, está na hora de deixar a burocracia de lado! Vamos deixar a vaidade de lado e vamos fazer com que os esforços sejam reunidos para buscarmos, nas três esferas governamentais, o grande apoio. Se tivermos que privatizar ou buscar Parceria Público-Privada temos que fazer isso conscientemente, porque nós precisamos ter condições, principalmente na mobilidade urbana. Não adianta dizer que delegações ficarão em Novo Hamburgo, em Caxias, em Bento e arredores, quando tiverem que passar pela BR 116, pois demorarão uma hora e meia para chegar em Porto Alegre. Ou então, quando chegarem os aviões aqui, termos que buscar aviões pequenos para o deslocamento aéreo em Bagé, Caxias, Bento para dar as condições de as delegações chegar em Porto Alegre, jogar e voltar para os treinos. Como aconteceu na África do Sul, em tempo recorde, que isso possa acontecer em Porto Alegre. Eu sugiro que os nossos responsáveis pelo Executivo façam uma visita - o Governo libera passagem - a Xangai, na China, para ver como se trabalha em obras essenciais: dois turnos de 8 horas; 16 horas por dia. Assim as obras seriam realizadas. Obrigado, senhoras e senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0974/11 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/11, de autoria da Verª Maristela Maffei e outros, que inclui §§ 3º e 4º no art. 22 da Lei Complementar nº 626, de 15 de julho de 2009 – Plano Diretor Cicloviário Integrado –, dispondo sobre a construção de espaço cicloviário.

 

PROC. Nº 1216/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 035/11, de autoria do Ver. Elias Vidal, que obriga a instalação de torneiras que dispensem o contato das mãos para o seu fechamento em todos os banheiros acessíveis ao público em geral.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0695/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 016/11, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que obriga as empresas que contratarem ou renovarem seus contratos com o Executivo Municipal para a realização de obra pública a reservarem percentual de vagas de emprego para mulheres na área operacional da construção civil.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidente, não usarei meus cinco minutos, mas quero comentar um Projeto do Ver. Elias Vidal para o qual, na verdade, talvez pudesse ser feito um Pedido de Providências, mas como isso geralmente não é respondido, eu estou de acordo com ele, que propõe a instalação de torneiras que dispensem o contato das mãos para seu fechamento, em todos os banheiros acessíveis ao público em geral. Acho que é uma medida salutar; nós tivemos a gripe A e tantos problemas, e hoje com a contaminação ambiental, essa proposta eu acho que é louvável, não é difícil de fazer, é só ter os equipamentos nas novas instalações. Então é possível.

Do Ver. Oliboni, nosso colega de Bancada, um Projeto que obriga as empresas a contratarem ou renovarem seus contratos com o Executivo Municipal para a realização de obra pública a reservarem percentual de vagas de emprego para mulheres na área operacional da construção civil. Vários cursos estão sendo feitos, inclusive há um Projeto do Governo Federal que se chama Mulheres em Construção, um projeto extremamente importante, já formou mulheres em Caxias, Santa Maria e Canoas. Eu espero que aqui nós tenhamos isso também, que haja vontade política da Administração. Já há possibilidades colocadas pela iniciativa privada. Portanto, louvo também este Projeto. São essas as minhas considerações.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente, sei do adiantado da hora, mas eu não podia deixar de voltar a esta tribuna, colegas Vereadores, para elogiar o Projeto do Ver. Aldacir José Oliboni.

Ver. Adeli, quando eu ainda estava à testa da Fundação Gaúcha do Trabalho, nós começamos a promover cursos de qualificação para as mulheres chefes de família, pois nós temos diversas mulheres em Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul que são chefes de família. São aquelas mulheres responsáveis pelo sustento das suas famílias. Elas fazem dupla jornada, como eu sempre digo, e todas as mulheres fazem dupla jornada. Ou seja, elas trabalham efetivamente no seu emprego durante o dia e no lar no restante do seu tempo para poder atender à sua família.

Mas eu elogio, porque nós estamos com essa grande dependência, hoje, no Brasil, de vagas em obras. Sempre se diz que os trabalhadores da construção civil são justamente aqueles com menor nível de instrução. Eu entendo que os trabalhadores da construção civil são essenciais para o desenvolvimento do nosso Brasil, do nosso Estado, da nossa Cidade. E nós estamos diante de um dos melhores e maiores programas habitacionais que ocorrem neste País, mas nós não podemos deixar que esse Programa comece a reduzir a sua agilidade na entrega de habitações para as famílias que mais precisam, justamente pela falta de mão de obra. Em Porto Alegre, hoje, empresas construtoras estão fazendo leilão por trabalhadores. Ao mesmo tempo, nós estamos vendo nas agências de captação de vagas, filas e filas de trabalhadores buscando emprego. O Sindicato da Construção Civil está promovendo cursos de qualificação para as mulheres. É importante a gente apelar para todas as construtoras. Eu até arrisco a propor que a Caixa Econômica Federal ou que o Governo Municipal, Estadual e Federal propusessem incentivos para as construtoras que empregassem mulheres, que buscassem a mão de obra das mulheres para dar mais oportunidade, e, assim, podermos minimizar o desemprego e favorecermos cada vez mais que os trabalhadores tenham renda para o sustento de suas famílias. Então, eu quero dizer, ocupando este espaço - não vou utilizar os meus cinco minutos -, que está de parabéns o Ver. Aldacir Oliboni, está de parabéns esta Casa por estar recebendo este Projeto magnífico, que é justamente a oportunidade de trabalho. Não se precisa reservar vagas, as vagas serão reservadas para aqueles trabalhadores que se dedicam a trabalhar, não para aqueles que se dedicam ao emprego. Eu sempre digo que o trabalhador não pode se preocupar com o emprego, mas, sim, com o trabalho. Quem quer buscar o trabalho, sempre tem um emprego. Obrigado, senhoras e senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está cumprida a discussão preliminar de Pauta. Agradeço aos Srs. Vereadores e Sras Vereadoras e os convido para a nossa Audiência Pública sobre o Plano Diretor de Acessibilidade, às 19 horas, hoje. Boa noite e bom descanso a todos.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h28min.)

 

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